quinta-feira, 17 de abril de 2008

E ainda um porém

Já agora, faz-se importante clarificar uns conceitos que nos podem deixar confusos!!
É comum confundir-se língua com dialecto.

Há quem chama dialecto ao Chissena, Makonde, N'Dau e várias outras línguas nacionais... eu disse línguas nacionais???
Vejamos o que é uma coisa e outra:

Dialecto e lingua - A palavra dialecto, derivada do grego diálektos ou pelo latim dialectu, é a linguagem derivada de uma lingua principal. Qual é a lingua principal de onde derivam as linguas faladas em Moçambique, com excepção do swaili, de que derivam algumas poucas mais ao sul, as outras não derivam de lingua nenhuma. Por isso, não são considerados dialectos, mas linguas regionais. Atenção... que na Beira, tanto se fala Chi-sena, como o N'Dau. A primeira, mais usada a norte da Beira, para os lados de Cheringoma (Inhaminga) e mesmo na margem direita do Rio Zambeze, entrando por Mopeia, até Morrumbala, e a segunda na Beira e para sul da Beira, até ao Rio Save.
in http://groups.msn.com/CasteloRodrigoGuarda/dicionriodeafricans.msnw (17.04.2008... 18h)

Segundo o site na internet ciberduvidas.com existem 33 línguas em Moçambique.

Os interessados em informações adicionais sobre esta questão, acessem:

http://www.ciberduvidas.com/pergunta.php?id=5664

Também colaquei aqui

Copiei algures na net e colei aqui no nosso sítio: o texto do Thiago Fonseca.
Quem não não bebeu do seu "Bazarketing", pelo menos leia este artigo:


tempero local
propaganda e macarrão
por Thiago Fonseca


Um publicitário num País Africano como Moçambique, tem de saber muito sobre massas. Em qualquer mercado, aliás. Mas, num mercado com as características do moçambicano mais ainda. Imagine um lugar no mundo, tribal ainda. Onde existem 60 dialectos locais como língua materna. Onde existem 18 milhões de pessoas onde apenas 5 milhões têm acesso à televisão.

Visto assim, parece uma equação bastante difícil. Mas, como nos anúncios em si, os publicitários arranjam sempre uma maneira de simplificar. Afinal, publicidade é isso. E, por isso, a maior parte da publicidade comunica com as massas em Português. Mas não é qualquer Português. É português com tempero local. Costumo referir-me ao nosso dialecto como Moçambiquês. Muito diferente do Português de Portugal por ser menos cantado, por ter fusões com os dialectos locais em inúmeras expressões da gíria.

O Brasil é um grande exemplo disso. Com o seu sotaque Brasileiro famoso e apreciado em todo o mundo Português.
O Moçambiquês é uma lingua cujo Pai é Branco, a Mãe negra e que possui ainda uma série de Tios da África do Sul Inglesa. Recentemente, o Moçambiquês se vem fundindo com o sotaque Brasileiro, pela influência das novelas da Globo e da Rede Record e Igreja Universal que têm bastante penetração no povo. Não é uma lingua. É um dialecto em permanente mutação e evolução. E por isso, um publicitário tem que estar ligado. Tem de ser mesmo um jornalista da vida. Não um purista linguístico. Nem um elitista.

Quem quer comunicar tem de entender como o texto escrito através das mensagens de celular está a ser transformado. Toda a gramática aliás. E ter percepção de tudo isso é MANINGUE importante. (Maningue, em Moçambiquês significa MUITO. É uma fusão do MANY Sul-Africano com o Changana - dialecto da Regão Sul de Moçambique. E faz parte da gíria popular diária. É uma expressão usada em todas as classes sociais).

Os publicitários que querem construir marcas fortes num mercado assim, tem de entender isso. Porque só assim, conseguem criar peças que comuniquem. E toda a gente sabe que é muito mais fácil entender alguém da própria tribo.
Uma marca que não fala com o consumidor dessa forma fica estranha. Distante.Não cria intimidade. E intimidade é tudo o que é preciso para se comunicar melhor.

Infelizmente, esta sensibilidade não existe na maior parte dos anunciantes e profissionais de Marketing. Principalmente dos que estão ligados a multinacionais e gerem marcas globais. Aqui prevalece a arrogância e o peso do tamanho contra a dimensão quase insignificante do mercado local. Mas, a prática demonstrou que marcas locais que comunicam usando o tempero local tem tido muito mais sucesso. Um exemplo é a operadora local mCel, que é líder no mercado e vem crescendo mais que a sua concorrente Vodafone, um líder mundial em telefone móvel. Um caso único de marketing e resultados. Essa operadora multinacional encontrou apenas dois mercados em África onde teve problemas. O primeiro, o Congo, devido à guerra e a instabilidade política. O segundo, Moçambique. Devido à guerra de marketing. Do marketing com tempero local.

Mas esta sensibilidade existe também além da publicidade. Um bom exemplo é o famoso escritor moçambicano Mia Couto. Que criou toda uma forma de linguagem usando o tempero local deliciosamente nos seus livros.
Num dos seus artigos, ele refere-se à Lingua Portuguesa de vertente moçambicana como sendo uma Língua Mulata.
“O segredo do nosso êxito como espécie humana vem da capacidade de produzir diversidade. Isso que é verdade para os humanos, é válido para as Nações. Ricas são as que reconhecem na sua diversidade uma condição de riqueza e não um problema a resolver.”

Por isso, acredito que esta percepção é válida para Moçambique, mas funciona em qualquer mercado ou regiões. Não se trata de exportar a campanha, mas sim o conceito. Um publicitário, tem de saber cozinhar campanhas com o tempero local. É o ingrediente essencial para quem lida com massas.

Thiago nasceu e cresceu em Moçambique. É director de criação na sua Agência. A GOLO Publicidade. Com um estilo próprio, que aposta na Localização, criou o conceito “Bazarketing” que busca o pensamento local no marketing. O conceito Bazarketing foi lançado no seu livro com o mesmo título publicado em 2004.

inhttp://www.revistameioemidia.com.br/revistamm.qps/Ref/RHSR-6Q7NUZ (16.04.08...17.39h)

segunda-feira, 14 de abril de 2008

frase do mês

A vida está cheia de desafios que, se aproveitados de forma criativa, transformam-se em oportunidades.
Marxwell Maltz